Destination: saiba como ingressar nesse mercado promissor
Fotógrafo esclarece dúvidas para quem pretende implementar o “Destination” em seu trabalho e fazer ensaios com noivos pelo mundo afora
Você já pensou em acompanhar o casal em uma viagem para o exterior a fim de fazer um belo ensaio fotográfico? Essa é uma forma de oferecer algo diferenciado aos clientes, ter uma outra fonte de lucro e, ainda, conhecer lugares incríveis pelo mundo afora. O fotógrafo César Júnior de Recife (PE) já vem implementando esse tipo de ensaio, que chama de “Destination”, em seu trabalho desde 2014. Já realizou trabalhos em países como Paris, Argentina, Chile, República Tcheca, Itália, Inglaterra e Holanda.
Em entrevista para o Blog Wedding, César esclarece algumas dúvidas que possam surgir para quem pretende oferecer esse trabalho. Confira!
Blog Wedding: Como você implementou o Destination?
César Junior: Em 2014 fui convidado por outro fotógrafo que já fazia o Destination a fotografar um ensaio em Paris. Foi a primeira vez que saí do Brasil. Meu pensamento foi: como posso vender um produto se não tenho portfólio para mostrar? Por isso, esse primeiro trabalho fiz totalmente de graça. Foi um investimento relativamente caro para colher os frutos depois. Após esse primeiro, realizei 21 outros.
BW: Como você oferece esse pacote para os noivos?
CJ: A proposta é feita ao casal na primeira reunião de fechamento de contrato. Nesse dia já procuro saber para qual destino o casal pretende ir e, muitas vezes, até sugiro os locais. Como a minha empresa também oferece o filme de casamento, já consegui levar três vezes o videomaker para fazer o registro de vídeo. Essa parte deve ser muito bem negociada já que o custo fica ainda mais alto para o cliente e, para mim, é muito importante ter esse registro.
BW: Você acompanha o casal na Lua de Mel, certo? E quanto tempo você permanece nos locais?
CJ: Em 90% das vezes acompanho os casais em sua viagem de Lua de Mel, onde os mesmos podem aproveitar a sua viagem para fazer esse trabalho. Mas já fui especificamente apenas para as fotos.
Geralmente permaneço de 5 a 8 dias na cidade. O maior tempo que fiquei foram 12 dias, justamente na minha primeira saída do Brasil, onde emendei a viagem da República Tcheca para Paris. Normalmente fico um dia com o casal podendo se estender para mais um dia. Os outros aproveito para curtir a viagem ou fazer outros trabalhos.
BW: Como e quanto cobrar? Como você baseia seus lucros?
CJ: O valor a ser cobrado depende do local de destino e da moeda usada no país. O lucro também depende do país e datas escolhidas. O preço médio que cobro é de R$5.500 a R$8.500. Ofereço ao cliente o serviço fotográfico sem o álbum, em média de 350 a 500 fotografias (já editadas). Os noivos tem a opção de colocarem as fotografias da viagem em seu álbum de casamento, mas a grande maioria acaba fazendo um álbum extra – o que dá uma margem maior de lucro no final.
Custos:
– Passagem para a Europa fica em média de 2.700 a 3.500, já com as taxas;
– Hospedagem: preço médio de 1.500 a 2 mil reais;
– Alimentação: média de 70 a 80 euros por dia;
– Custo com transporte: 100 euros
BW: O que você costuma levar em termos de equipamentos para essas viagens?
CJ: Levo uma bolsa com 2 câmeras (uma de reserva) e três lentes. Nessas viagens mostramos muito as paisagens por isso levo uma grande angular 14mm. E hoje com as câmeras mirrorless ficou muito mais fácil pelo seu peso e praticidade. Levo também um LED e baterias. Tudo como bagagem de mão no voo por ser mais seguro. A entrada com equipamentos nos países é bem tranquilo.
BW: Quais seriam suas dicas para os fotógrafos que pretendem implementar o Destination em seus trabalhos?
CJ: Primeira dica: Como em qualquer trabalho, deve haver um planejamento. Uma vez escolhido o local, se o fotógrafo ainda não tiver o conhecido, é muito importante fazer uma boa pesquisa na Internet. É preciso ter um plano B! O clima pode mudar na viagem e ter chuva, muito calor ou muito frio. Por isso, é importante o planejamento do local e da data. Tive uma experiência bem complicada em meu último Destination em Amsterdam (Holanda) e Londres (Reino Unido). Pegamos um frio de menos 4 graus com sensação térmica de -10. Para muitos esse frio pode ser tranquilo, mas para mim e meus clientes é bastante frio já que moramos no Nordeste.
Segunda dica: A divulgação das fotos é primordial, e se conseguir publicar ao vídeo melhor ainda. Em Abril, na última vez que estive em Paris, fiz as fotos de uma cliente e ela publicou em seguida em seu perfil no Facebook e em grupos de noiva – isso me gera mais três trabalhos. Hoje estou conseguindo viajar com casais que não fotografei o casamento. Aqui em meu Estado, por exemplo, sou pioneiro nisso. Virei referência para as noivas nesse tipo de trabalho.
Terceira dica: Tente uma parceria com uma agência de viagens. Eu tenho parceria com uma agência onde indico para os meus casais e a agência facilita a vida deles proporcionando preços melhores, o que também facilita o fechamento do contrato.
Quarta dica: É muito importante haver um contrato. O cliente deve estar ciente de onde irá, que pode ser preciso usar o plano B e eles devem encarar esse trabalho.
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