O fotógrafo André Mansano teve a oportunidade de sentir na pele como era fotografar um casamento na época da câmera analógica. Conforme André, a oportunidade surgiu pois a noiva que o contratou nasceu na França e estudou arte por muito tempo, e deu como condição do fechamento do contrato apenas se fizesse o uso de uma máquina analógica aliada com as digitais. “Ela mesma me entregou os três rolos de filmes iLford Delta 3200 PB e me deixou muito a vontade em escolher o que fazer. Aceitei na hora. Experiência única que espero repetir com alguma noiva que topar”, conta.
Para André, o fato de ter começado a fotografar já no digital, fez com que essa experiência fosse vivida com medo e desafio. “O que me ajudou muito a ter coragem de definir momentos especiais com a analógica era saber que a Diésica (minha esposa) estaria cobrindo o mesmo momento com a digital. Fácil? Não mesmo… Mas me fez pensar muito sobre como era a fotografia analógica em um casamento, e o quanto temos o ‘dedo nervoso’. Descobri que clicamos muito e muitas vezes só para ver se depois serve, mas sem a real consciência de que aquilo irá dar certo. Para ter uma ideia, ao final do casamento, tinha usado 2 rolos e meio, de tanto que ficava me segurando para clicar. Sempre achando que o momento poderia ser ainda melhor”, fala.
Com a máquina emprestada de seu amigo, uma Canon EOS 1N, André conta que uma grande dificuldade foi fazer a foto e depois querer vê-la pronta. “A quebra do hábito é muito difícil e necessária. Isso me ensinou a olhar muito menos o visor e acreditar no que o olho viu no momento do click”.
Mas o desafio maior, sem dúvidas, é escolher quais os momentos certos de usar a analógica. “Eu busquei fotografar mais o que (na minha ignorância) poderia agradar mais a noiva, pela sua origem e forma de ver a fotografia. Digo ignorância, porque no meu modo de ver, uma das fotos que mais me encanta neste trabalho, é uma foto do final do casamento, onde ela pousa para a foto numa poltrona. Numa linguagem corporal perfeita dela e num ângulo fotográfico interessante, a foto recente muito a retratos antigos e isto muito me agradou”, conclui.
Leia também o texto Como fazer uma foto de silhueta perfeita, escrito pelo fotógrafo.
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