Você já parou para pensar no poder que a sua foto tem? Todo questionamento se torna necessário quando queremos uma fotografia poderosa que ultrapasse os limites do efêmero. A fotógrafa Maíra Erlich vem se destacando internacionalmente com seu trabalho, pela sua fotografia cheia de personalidade e a crença na fotografia verdadeira e perpétua. Fotografando casamentos desde 2010, já tendo fotografado em lugares como México, Estados Unidos, Cuba e vários estados do Brasil, e entre os 30 melhores fotógrafos de casamento do mundo em 2014 pelo Fearless Photographers, Maíra compartilha em entrevista seus gostos, ideias, experiências e dicas.
Nome: Maíra Erlich
Naturalidade: Recife, PE
Idade: 29
Graduação: Bacharelado em Design
Profissão: Fotógrafa
Fotógrafos favoritos: Tenho algumas fases de fotógrafos favoritos que variam com a época, mas tem também os que nunca mudam: Damon Winter, Elliot Erwitt, James Nachtwey.
Luz ideal: Não acho que exista uma luz ideal para mim, ou uma luz preferida, mas o ideal é quando consigo, com qualquer luz que esteja ao meu alcance, reproduzir a imagem que tinha em mente. Pode ser flash, led, sol, etc.
O que não falta na bolsa de equipamento: 35mm
Há quantos anos atua no mercado: 6 anos e pouco
Hobby: Fotografar. E viajar. Viajar para fotografar. Fotografar viajando. Essas coisas todas!
Filme: Algum do Almodóvar
Música: Atualmente tenho escutado muito o álbum “Eu Vou Fazer uma Macumba Pra Te Amarrar, Maldito!”, do Johnny Hooker. E sempre rola o álbum “Transa”, do Caetano.
Livro: Estou lendo “Queria ver você feliz”, da Adriana Falcão.
Lugar: O mundo é muito grande para gente ficar parado muito tempo no mesmo lugar. Acho que o mundo é meu lugar. Gosto de estar sempre por aí.
Planos para o futuro: Estudar mais e viajar mais.
Um momento bom: A constante busca por evolução pessoal resulta em cada dia sermos melhores. Sendo assim, aqui e agora é o melhor momento em que já estive.
Um momento ruim: Quando entra água no ouvido
Maíra por Maíra: Sensível e observadora.
Contato: Instagram: @mairaerlich (viagens) + @mairaerlichfoto (casamentos)
Facebook: www.facebook.com/mairaerlichfoto
Site: www.mairaerlich.com
Blog Wedding: Qual foi o maior desafio que você enfrentou no começo da carreira?
Maíra Erlich: Começar sem ter a menor ideia de como era um casamento, o que era fotografia de casamento e o que deveria ser fotografado. Uma coisa que consigo enxergar hoje, é que na época eu achava que já sabia muito. Isso é um perigo! Hoje, cada vez mais, descubro quão pouco eu sei.
BW: Qual o caminho que você percorreu para encontrar seu estilo na fotografia de casamento? Aliás, como você definiria o seu estilo?
ME: O caminho que percorri não foi planejado, assim como o meu “estilo”, se é que posso dizer que tenho um. As coisas foram acontecendo de forma natural. Acredito que hoje as fotografias que faço resultam das experiências que vivi, das coisas que senti, viagens, livros, filmes, pessoas que passaram em minha vida, misturados no liquidificador com algumas xícaras de referências pessoais e artísticas que absorvi, mais umas colheres do que observei de quem estou fotografando, e mais uma pitada do que estou sentindo naquele determinado momento da minha vida. É um grande mix. Acredito que a gente vai mudando e evoluindo ao longo da vida. Consequentemente, minha fotografia vem mudando também, o que é ótimo. Porém, uma certa essência continua sendo a mesma, cada vez mais forte: a fotografia verdadeira e perpétua. É nisso que eu acredito e é isso o que mais busco hoje quando estou fotografando.
BW: Quais são as qualidades que você acredita que um fotógrafo de casamento precisa ter?
ME: Primeiramente, o domínio da técnica é uma coisa óbvia que um fotógrafo de casamento deve ter, pois passamos pelas mais diversas e imprevistas situações e precisamos entregar um resultado igualmente bom para aqueles clientes. Se o lugar é totalmente escuro, ou se a cerimônia atrasou e não tem iluminação artificial, temos que nos virar. Essa é a parte mais fácil. Tendo isso dominado, acho que um fotógrafo de casamento tem que ser persistente, acreditar em si, deixar o ego em casa e se concentrar 100% no porquê de estar ali.
BW: Qual a parte mais fácil de fotografar um casamento? E a mais difícil?
ME: Acho que a festa é mais fácil, quando todos os protocolos já foram feitos, a tensão do casal já foi aliviada com o final da cerimônia, e depois é só alegria, música, dança, bebida, gente sendo jogada pra cima, gente descendo até o chão, gente roubando docinhos, gente dormindo, e todo tipo de situações inesperadas.
A parte mais difícil para mim é a chegada da noiva no altar. São muitos grandes momentos rápidos acontecendo ao mesmo tempo. A noiva suspirando antes de entrar, os noivos se avistando e se aproximando, olhos marejados, a noiva se despedindo do pai, o pai entregando a filha ao noivo, os noivos se olhando de pertinho pela primeira vez, os pais e padrinhos emocionados… Tudo isso acontecendo em alguns segundos. Um prato cheio para várias fotos incríveis.
BW: Sua palestra no Núcleo de Tecnologia do Wedding Brasil 2016 será sobre Efêmero x Perpétuo. O que os congressistas podem esperar dessa palestra?
ME: A palestra será um convite ao questionamento em relação à fotografia de casamento que temos feito e consumido. Um convite a pararmos e pensarmos no porquê de fotografarmos casamentos e que poder tem a nossa fotografia nesse mundo tão instantâneo que vivemos. Vou mostrar umas coisas e casos bem interessantes para ajudar nesse questionamento. Mas a ideia é que as pessoas saiam com mais perguntas do que respostas, hahaha.
BW: Por fim, qual seria sua maior dica para os que estão ingressando nesse mercado?
ME: Mantenho as mesmas duas dicas da última entrevista: saber inglês e buscar conhecimentos fora da área de casamentos. Existe um universo grandioso de informações e oportunidades que só tem a agregar ao nosso próprio trabalho. A fotografia vai muito além desse círculo de fotógrafos de casamento que seguimos. E tá tudo aí, disponível pra gente. Bobeira é não aproveitar!
Para mais informações sobre o Wedding Brasil 2016, onde a fotógrafa irá palestrar em Abril de 2016, clique aqui.